We need to talk about me.
Minha concentração voa pelos ares, minha inspiração já saiu flutuando pelos mares. Eu mudei, e já não sei mais o que quero. Ou o que sinto.
Eu sinto uma saudade imensa, mas tento ignora-la fazendo outras coisas. Eu perdi todos meus princípios, recomecei de novo pela quinquagésima vez, e ainda não sei. Não sei pra onde quero ir, acho que sei, mas não tenho certeza se não irei me arrepender. Recomecei e ainda continuo perdida. Continuo restringida.
Eu perdi aquele dom de pôr tudo em palavras. Pedi aquele dom de ser boa com elas.
Ainda sou muito nova, mas já vou velha demais pra não saber o que eu quero. Pra não ter um caminho traçado. Pra não seguir os princípios que nos são ditados. Pra seguir o que nos ditam a cada dia e não questionar nada. Mas eu questiono até demais, e sigo o que eu bem quero. Ou seja, nada.
E não tenho mais certeza de nada, nem sei se aquele meus dons irão voltar. Ou se já se perderam de vez. Ou se um dia voltarei a ver aquela pessoa querida, ou se aquele nosso encontro foi a última vez.
Eu já passei por dias muito piores, de não conseguir nem me olhar no espelho. De não conseguir sair da cama e começar algo que marque minha vida. Até hoje não consegui fazer nada que possa ter marcado minha vida, mas já consigo enfrentar mais coisas. Não digo que estou bem, porque não estou, mas estou melhor. Mas tenho medo dessa palavra, pois só por estar melhor parece que a vida dará um jeito de piorar. Mas tento seguir.
Não mudei o mundo, não alimentei crianças famintas na Africa, não conquistei nada. Não ainda. Eu espero um dia acordar e ver o que eu fiz da minha vida. O que eu fiz que tenha valido a pena e que já posso morrer feliz. Bom, eu já escrevi um livro. Mais de 300 páginas no vazio. Um livro que só eu li. Espero um dia conseguir mais do que um livro perdido não lido por ninguém.
Mas vou recomeçar pela milionésima vez se for preciso. Recomeçarei até ficar melhor do que já estou. Até ficar mais satisfeita. Até conseguir realizar algo produtivo da minha vida. Até olhar pra trás e não me arrepender de nada. E esquecer as feridas.
Isso parece muito aqueles textos auto-ajuda, mas é a minha vida. Eu preciso de algo que me motive. Preciso realizar algo de que me orgulhe. Preciso parar de ser tão triste, sozinha e fria. É apesar de tudo, minha vida.
Eu perdi tudo e todos, menos a tristeza infinita. Tem gente que nunca entende e nunca irá, e eu já cansei de tentar explicar. De me explicar.
Caminho na areia e entro no mar, procurando por algo que não consigo ver. Flutuo e desapareço dos olhos mundanos, e de repente só eu existo. Eu e meus conflitos. E só tem eu pra pôr eles em ordem. Me apavoro, me afogo e depois de muito tempo me acham na beira da praia. Eu já nem lembro de nada. Ou finjo que não.
Eu sei, eu sou a minha unica solução. Mas seria melhor se quando me afogasse alguém me tirasse daquele mar frio e infindo. E me ajudasse a encontrar um caminho.
Mas não posso esperar por isso. E vou recomeçar e recomeçar, sozinha ou não, até encontrar o caminho e ser a solução.
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