Lembranças


   Quase meia-noite e eu escrevendo versos em papéis amassados encontrados na minha escrivaninha. Versos que formam poesias com teu nome, teu cheiro e tua fisionomia. É, por mais que eu fuja, tudo acaba em você. Em um quase "nós".
   Já não consigo mais assistir aqueles mesmos programas de sempre na tv. Já não consigo mais sentir aquela ânsia por ler. Já não consigo mais colocar em palavras os meus sentimentos que não sejam por você. 
   Eu me afundo na cama todas as noites, pensando, lembrando-me de tudo. Entro em transe. Entro numa nostalgia sem fim, uma nostalgia que não me deixa sair.
   Depois de tudo isso eu só consigo chegar a conclusão que minhas lembranças boas se tornaram ruins. Se tornaram algo que quero esquecer, que quero total e absolutamente abandonar, deixar lá atras, porque lembrar de ti dói em mim. Lembrar de ti dói demais. E minhas lembranças boas já não são mais boas e você e eu não somos mais "nós" e sim você, abismo, eu. E por assim deixo estar. E no final desse processo, amasso o papel no qual escrevia teu nome e finjo que nada daquilo aconteceu. Finjo que nunca prometeu voltar a me ver e tento esquecer que eu acreditei fielmente que viria me encontrar.  

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