Nicotina, álcool, heroína

   
   Você havia dito que ninguém me amaria pela minha tristeza, já que todo o meu lado bom não apareceria. "É você que corre demais das pessoas ou são elas que se afastam de você?" ambos, pensei, mas não vou parar para falar sobre isso. É com lágrimas nos olhos que eu vejo você indo embora e todos que eu já amei. Você havia dito que não é bom depender de ninguém e não vale a pena permitir que as pessoas deixem buracos em mim quando se vão. Você havia dito que eu tenho que me completar e ninguém mais é capaz disso. Você disse e disse mas nunca fez. Aquele beijo? Você nunca deu. Aquele abraço? Você só prometeu e agora você se foi e eu estou tentando seguir teus próprios conselhos.
   Afastei-me para acabar com o vício, e como qualquer viciada é difícil ficar sóbria por muito tempo. Mas com dificuldade, eu consegui, consegui me desapegar a algo pior que o álcool, nicotina ou heroína. Consegui me desapegar a tantas drogas de uma vez só, que consigo caminhar sozinha. Não preciso de ninguém segurando minha mão, tampouco aquele afago no cabelo e um abraço apertado. Posso desejar, mas não necessito.
   Quem eu chamava de amigo, não me considerava como eu considerava, e cansei de correr atrás de afeto numa trilha fechada, tomando galhos e espinhos ao rosto. Quem eu chamava de amor, tampouco me amou. Quem eu mais precisei jamais me acolheu, jamais se importou.
   Larguei da nicotina, do álcool, da heroína. Sem mais braço cheio de furos, maços esvaziados e ressaca no dia seguinte. Por mais que seja bom a princípio, as consequências não são tao bonitas como aparentam em filmes. 
    Já me disseram que eu encontrarei as pessoas certas, até o cara certo, porém sei que não pois larguei do que é ou pode vir a ser tóxico para mim. Não quero mais nada no meu sistema e estou caminhando sozinha. Sou melhor sozinha. Você ouvindo isto havia dito "mas preferia quando você era minha."


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