Hole
Os dias escorregam entre meus dedos, e fico angustiada. Tudo está passando muito rápido, porém a cada dia piora. Eu estava mais uma vez esperançosa, encantada, sentindo vestígios de felicidade entrando dentro de mim, mas caí num buraco que eu mesma ajudei a cavar.
Não irei mais colocar toda a culpa em minhas costas, mesmo achando que devo, e querendo afundar nas lágrimas que saem dos meus olhos cansados. Uma vez que me encontro no escuro, acomodo-me nele. Não tenho mais vontade de encontrar uma luz que seja. Não é a primeira vez, e não será a última. Creio que nunca tenha saído totalmente da escuridão na qual vivo. No máximo que cheguei foi à margem do buraco onde encontrei luz mas sempre algo me fazia desequilibrar e cair novamente.
A queda é insuportável, mas os dias passam sem a dor diminuir, e me acostumo.
Sinto falta de boas companhias que me apreciam e me conhecem de fato. Companhias que podem ouvir tudo que me aflige sem me julgar ou ignorar. Mas minhas únicas companhias são a solidão e meus pensamentos, as quais viraram minhas melhores amigas faz tempo.
A estrada só está no começo e não aguento mais andar e cair a cada buraco dela.
Depois de joelhos ralados e pés cortados, tentar levantar, subir, caminhar, é a cada dia mais difícil. Não sei até que ponto eu irei chegar.
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