Feixe de Luz


Naquele quarto escuro e vazio surgiu uma pequena faísca.
Um feixe de luz.
Surgiu uma luz de um pequeno buraquinho na parede.
Consegui ver as cores de fora por ele.
Conseguia sentir o ar puro.
Conseguia ver o que antes já tinha me esquecido.
O quarto já não estava mais vazio e sombrio.
Havia um pouquinho de vida.
Um pouquinho de luz.
Tentei perfurar mais a parede para aumentar a saída.
Queria sair, ser livre.
Mas só me machuquei mais ainda.
Então tudo começou a tremer.
As paredes caíram em cima de mim.
Me sufoquei.
Estava embaixo dos escombros.
A respiração dificultada ardia entre os pulmões
Senti meus ossos e minhas costelas comprimidas.
Cada respiração doía.
Não conseguia.
Só não entendia o porquê.
Qual o por que disso?
Quando havia luz e esperança, por que tudo desmoronou?
Por quê?
E o sangue escorria.
Minha cabeça estava dilacerada pelos escombros
O desespero me consumindo.
O medo junto com o sufoco me dominando.
Até que parei.
Parei de lutar.
Parei de tentar respirar.
Me afundei no sangue.
E tudo em que conseguia pensar era na luz.
O feixe de luz.
E lágrimas saíram.
Pois meus olhos estavam tristes.
Já sentiam falta da luz, das cores.
Pois a pior dor era a da lembrança.
A lembrança da luz.
Uma luz que nunca mais veria.


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