Face to face, scar to scar.
Olho para os rostos. Rostos tristes e fechados. Sobrancelhas comprimidas. Olhar pesado. Olho para os alegres. Sorrisos transbordando. Dentes se mostrando. Mas em nenhum dos rostos, consigo ver as cicatrizes. Me pergunto se são iguais a mim. Mas creio que não devem ser.
É difícil encontrar alguém com cicatrizes parecidas com as que tenho. Difícil mostra-las pra quem não sabe como é tê-las, quem não sabe como é senti-las e esconde-las. É difícil falar delas como se não existissem, ou se não tivessem importância. Elas, apesar de tudo, têm importância, e é difícil apenas ignorar isso.
Olhos os rostos e não vejo nada. Cicatriz nenhuma. Não dá para ver as cicatrizes de ninguém, afinal, elas quando se formam, se formam lá dentro, bem escondidas. Nem de alguém que conheça bem, é tão fácil assim de ver. Todos sempre as escondem. Me pergunto se alguém consegue ver as minhas, mesmo acreditando que não.
Então chego a conclusão que elas só conseguem ser visíveis para a gente. Sentidas e entendidas. Não dá para ninguém entender perfeitamente as suas cicatrizes, são pessoais demais. Não muito especiais, apenas existenciais.
Mas continuo acreditando, que talvez um dia, eu conheça alguém que consiga entender as minhas. Ou pelo menos, apenas consiga vê-las.
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