The road is long?


   Não consigo mais dormir como antes. Não consigo pensar ou falar como antes. Sinto meu cérebro fritando, derretendo, virando gosma. Fico pensando como as coisas poderiam ter sido se eu fosse antes que nem sou hoje. Ou se eu nunca tivesse te conhecido, ou se eu estivesse mais feliz naquela época, se certos detalhes fariam a diferença. São tantas perguntas sem resposta, e eu fico me pergunta do que adiantaria. O que mudaria. 
   Não sei. Minha vida se tornou um gigante "eu não sei." Na verdade, acho que sempre foi assim. Eu nunca soube, eu nunca sei. Me pergunto do futuro, e se você estará nele. Provavelmente não. Nós sempre pegaremos caminhos diferentes, outras estradas, outras estações. Nos distanciaremos com o passar dos meses, anos, e você só será uma lembrancinha, uma manchinha no meu passado. Uma manchinha no meu coração.
   Não quero perder todos os laços recentemente construídos  mas sei que vou. Sempre vou. Acho que essa é a única coisa que eu sei, mas fingo que não. Pois não quero acreditar que vou perder você. Não quero acreditar que vou perder alguém. Não quero, não vou. Até chegar o momento que nossas vidas se distanciarão, e eu vou fingir que não esperava isso. Mas no fundo, sempre terei esperado. Pois sempre espero. Nada dura muito tempo, não na minha estrada estraçalhada, despedaçada, com curvas acentuadas e perigosas, que chamam de vida. Eu me machuco nela, e todos que passam por ela também.
   Eu não sei nada além do fim. Não sei do futuro, não sei se estará nele, não sei o que será de mim, mas sei que alguma hora chegará o final da estrada e você sairá dela, seguirá o seu caminho em outro lugar. Só espero que demore para minha estrada acabar e que você fique mais um pouco aqui. 
   Fica? Eu não quero deixar você ir.

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