Palavras.


Nossas palavras.
Elas são pontudas e afiadas.
Elas atravessam minha alma.
Elas são como cacos de vidros.
Me rasgam por dentro.
As minhas. As suas.
O exagero delas machuca.
O exagero descontrolado, não pensado.
A falta delas, também.
Tenho falado coisas que te magoaram.
Que me magoaram.
Queria dizer coisas pra que tudo melhorasse.
Mas não consegui dizer.
Elas ficaram presas na minha garganta.
Precisava grita-las, mas nada saiu.
Nada nunca sai.
E suas palavras também me magoaram.
Me cortaram, me perturbaram.
Sua falta de palavras, também.
O que nos resta a dizer?
Não sei mais o que dizer.
 Não quero te machucar.
Não quero ficar quieta também.
Mas escolho a falta de palavras, 
do que um apunhalado delas.
Que podem te ferir. Que vão te ferir.
Pois não sou boa com as palavras. Nunca fui.
Sempre digo as coisas erradas.
E não encontro o certo a te dizer.
Só não sei o que me resta a fazer.
A não ser dizer nada.
A não ser encher o ambiente,
com a falta de palavras.

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